O reino e a rainha de Sabá



O Reino de Sabá

Há duas sugestões mais aceitas quanto à localização do reino de Sabá:
  • Sul da Arábia, no atual Iêmen e ao
  • Nordeste da África, localizada na Etiópia.

A primeira opção foi por muitos anos a mais aceita entre os arqueólogos, pois ali se encontraram registros de uma civilização próspera cuja principal atividade comercial era as especiarias. Os livros dos Reis e Crônicas de Israel narram que um dos presentes trazidos do Reino de Sabá para Salomão quando da visita da Rainha de Sabá foram especiarias cuja sua quantidade jamais foi superada por outro reino (I Rs 10.10).
Segundo esta hipótese o Reino de Sabá encontrava-se a cerca de 2.000 km de distância de Jerusalém, a 2.000 metros de altura nas cordilheiras arábicas. Segundo o Werner Keller em seu livro “... e a Bíblia tinha razão” ele refere-se da seguinte forma a este reino: “Sabá foi noutro tempo o país das especiarias, toda ela um jardim florido fabuloso, recendendo a todos os aromas mais deliciosos deste mundo.”
O segredo de ostentar o título de “país das especiarias” se dá ao fato de que as águas captadas do rio Adhanat e das águas pluviais eram direcionadas a um dique onde ali eram distribuídas entre canais fazendo com que os jardins fossem regados de forma eficaz.

A segunda opção, de que o reino de Sabá tenha sido na Etiópia é também uma hipótese bem aceita. Recentemente uma equipe de arqueólogos alemães liderados pelo conceituado professor Helmut Zierget descobriu o que seria o palácio da Rainha de Sabá. Neste palácio que data do século 10 antes de Cristo teria sido guardada durante algum tempo a Arca da Aliança segundo diz a nota da Universidade de Hamburgo. Este palácio fora construído por Menelik I, rei da Etiópia, filho da rainha de Sabá e do rei Salomão. Os restos da construção foram encontrados por um acaso debaixo de um palácio de um rei cristão localizado na cidade de Axum-Dungur na Etiópia.

Fato é que as duas localidades citadas como o suposto Reino de Sabá, que originalmente tinha por nome Shebá, preservam as características bíblicas de ter sido uma cidade imponente e próspera durante o mesmo período que viveu o rei Salomão.


Rainha de Sabá

A rainha de Sabá na Bíblia não registra o seu nome porém para os etíopes o nome desta rainha era conhecida com o nome de Makeda, Magda, Maqda ou Makera, que tem como significado grandeza. Para os islâmicos era chamada de Balkis ou Bilkis, o historiador Flavio Josefo a chamou de Nicaula ou “Nikaulis”, a rainha da Etiópia.

Mas o que me chama atenção da rainha de Sabá é quanto à motivação dela em ir a Jerusalém para encontrar-se com o rei Salomão. No primeiro livro dos reis capítulo dez e respectivamente o segundo livro das crônicas no capítulo nove registram a visita desta rainha a Jerusalém e a sua motivação. O que poderia ter levado aquela rainha a se deslocar de sua terra longínqua e próspera a encontrar-se com o Rei de Jerusalém? O texto nos informa que não foi apenas à fama das riquezas do reino que fizeram “brilhar os olhos” daquela rainha, não foram os feitos do rei daquela nação, não foi à beleza do rei, mas sim, a relação entre Salomão e o Senhor (I Rs 10.1). O texto demonstra que além de próspera materialmente (ela presenteia com ouro, especiarias e pedras preciosas) a rainha de Sabá tinha o interesse de conhecer não apenas o efeito, mas a causa para tanta prosperidade daquele reino.

Muitas especulações envolvem um possível romance entre o Rei de Israel e a Rainha Sabá onde segundo a lenda, desta união teria sido gerado um filho. Mas tal afirmação não passa de folclore. Os defensores da idéia de um relacionamento mais íntimo entre os dois monarcas se baseiam até nos textos bíblicos quando menciona os presentes encaminhados ao rei Salomão.

Porém, encontramos registros da origem da riqueza do reino de Israel sob a regência de Salomão, esta se derivava de três principais aspectos:

1º) Taxação e tributos a população
2º) Comércio Internacional
3º) Doações de monarcas aliados ao seu reino

A relação entre Salomão e a Rainha não foi outra senão a que se enquadra nos itens dois e três. Havia interesses de ambas as partes em parcerias comerciais. Era uma prática dos monarcas aliados em contribuir para o crescimento dos seus parceiros comerciais estreitando as relações internacionais entre ambos.







Trono da Rainha Bilquis, considerada como sendo a Rainha de Sabá

Os cananeus


Antes da entrada do povo de Israel em Canaã sendo liderados primeiramente por Moisés e posteriormente por Josué, por volta do ano 1.200 a.C. a Bíblia nos fala que o povo de Israel ao chegar na "Terra Prometida" deparam-se com um grande obstáculo e quem sabe até inesperado, a terra da qual Deus falara estava ocupada. Havia também um agravante para os israelitas, os habitantes daquela terra eram teoricamente mais fortes do que eles. Eles eram conhecidos como cananeus. Porém, existem três formas de aplicação para o termo "cananeu" na Bíblia, são eles:
  1. Como tribo - Existiam várias tribos que habitavam àquelas terras e uma delas se chamava como a tribo dos cananeus, que eram também descendentes do filho mais novo de Cão, que se chamava Canaã;


  2. Como descendentes de Canaã - Os filhos de Canaã e seus descendentes passam a denominar-se como cananeus;


  3. Como habitantes daquela região - Nesta aplicação o termo cananeu quer dizer "habitantes de terras baixas", ou seja, tantos os descendentes diretos dos filhos de Canaã, quanto aos povos que que não descendem de Canaã.


O que caracterizava as cidades dos descendentes de Canaã com os outros povos eram as seguintes:



  • Eram muradas e fortificadas;

  • Quase todas possuíam um rei, exceto, umas poucas de natureza nômade;

  • Geralmente essas cidades eram independentes;
  • Eram bastante belicosos, ou seja, preparados para guerras;
  • Quase todas as cidades sofriam influências egípicias